Nosso site usa cookies para melhorar e personalizar sua experiência e exibir anúncios (se houver). Nosso site também pode incluir cookies de terceiros como Google Adsense, Google Analytics, Youtube. Ao usar o site, você concorda com o uso de cookies. Atualizamos nossa Política de Privacidade. Clique no botão para verificar nossa Política de Privacidade.

Anomalia magnética da terra no Brasil cresce e preocupa cientistas do mundo todo

Falha no campo magnético da Terra pode gerar problemas nos sistemas de telecomunicação e destruir satélites artificiais e pode gerar problemas climáticos catastróficos. Entenda!

Primeiramente o que seria uma Anomalia e que pode causar? Anomalia pode ser definida como qualquer desvio, irregularidade ou exceção em relação a um padrão estabelecido. Em termos simples, uma anomalia é algo que foge do comum, um defeito que seria atípico ou que não se encaixa nas expectativas, infelizmente bem debaixo do nosso nariz, isso mesmo, bem aqui no território brasileiro, uma espécie de “defeito” no campo magnético do planeta terra está deixando a sociedade cientifica do mundo todo de olho 24h em no país.

Um relatório recém-divulgado pela Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA) dos EUA, em parceria com o Centro Geográfico de Defesa (DGC) do Reino Unido, revelou que a Anomalia do Atlântico Sul (AAS), uma região onde o campo magnético da Terra é mais fraco, está crescendo. O “defeito” no campo magnético do planeta Terra está cada vez mais visível e vem gerado uma corrida contra o tempo para se entender melhor o que está acontecendo.

Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) em 2020 – (crédito: Reprodução/Agência Espacial Europeia)

Essa falha cobre boa parte do Brasil e do sul do Oceano Atlântico e se estende até uma pequena parte do Sul da Africa e está sendo monitorada de perto pela NASA devido aos seus potenciais efeitos em satélites e sinais de comunicação. Nosso planeta é rodeado por um campo magnético formado no núcleo terrestre, centro formado por ferro líquido que está a pelo menos 3 mil quilômetros de profundidade. Essa espécie de camada invisível fica em contato com o restante do espaço e funciona como uma barreira de proteção contra ventos solares e radiação cósmica. 

O campo magnético não é uniforme em todos os pontos do planeta. Em alguns pontos do globo, a intensidade dessa força pode ser maior ou menor. A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (Amas) é um tipo de falha em uma parte do campo magnético que fica sobre as regiões sul e sudeste do Brasil. Pesquisadores indicam que a intensidade do campo nessa região chega a ser de um terço do restante do mundo, e ela continua a enfraquecer. 

O campo magnético da Terra atua como um escudo protetor contra partículas carregadas do Sol, que vêm com a radiação cósmica e os ventos solares. No entanto, sobre essa área em específico, essa proteção é enfraquecida, permitindo que as partículas se aproximem mais da superfície do que o normal. Isso pode causar problemas significativos como já mencionamos acima para satélites que passam pela região.

De acordo com o relatório sobre o estado do campo geomagnético de 2023, publicado neste ano pelo Modelo Magnético Mundial (WMM),  a intensidade do campo magnético na área da AAS é cerca de um terço da média global. Embora a causa exata da anomalia ainda não seja conhecida, os pesquisadores observaram que ela está se expandindo e se aprofundando para o oeste. Entre 2020 e 2024, estima-se que a área da dessa anomalia se expandiu (AAS), tenha aumentado em aproximadamente 7%. O estudo também indica que o centro da Amas se moveu 20km para o oeste da superfície terrestre, ou seja, em direção ao Brasil.  

Outros tipos de problemas também podem ser ocasionados por causa desse “defeito” no campo magnético da terra, como mudanças climáticas repentinas, causando uma desordem em fenômenos que hoje são conhecidos que vem causando altas temperaturas fora de época e baixas temperaturas que vem batendo records. Caso essa fala aumente cada vez mais chegando ao desaparecimento do campo magnético terrestre, em tese, viveríamos metade do ano em completa escuridão e a outra metade em um dia escaldante. Nesse tempo, a maioria dos seres vivos que estivessem no hemisfério escuro da Terra seriam tomados por um inverno rigoroso e completamente escuro, enquanto o lado iluminado atingiria temperaturas altíssimas.

O monitoramento da AAS interessa à NASA como um indicador das mudanças nos campos magnéticos da Terra e seus efeitos na atmosfera.  Uma das implicações, segundo o WMM, é que essa região pode “causar danos de radiação aos satélites e problemas com a propagação de rádio“. Isso implica dizer os satélites humanos que orbitam a terra por vezes precisam “desligar” enquanto passam por essa área para não sofrerem danos. Além disso, o problema com a propagação de ondas de rádio pode impactar todo o sistema de comunicação, incluindo o uso de radares e GPS. 

A falha no campo magnético também faz com que essa área esteja menos protegida contra as partículas de vento solar. Essas tempestades de partículas que “escapam” do campo gravitacional do sol em direção à Terra podem destruir satélites artificiais, interferir nos serviços de comunicação e provocar uma queda nos sistemas elétricos. Um verdadeiro apagão tecnológico. 

No Brasil, observatórios magnéticos acompanham a AAS de perto. Em março de 2021, o país lançou o nanossatélite NanosatC-BR2, em parceria com a Roscosmos, a agência espacial russa, para monitorar a anomalia. Este nanossatélite foi projetado especificamente para coletar dados sobre a intensidade e extensão da falha, fornecendo informações valiosas para cientistas e engenheiros.

By Redação do Folha Kariocas

Você pode gostar