O resumo na prática da operação que Lula fez para poder intermediar um empréstimo-ponte de de US$ 1 bilhão do CAF à Argentina de forma inteligente, no dia 28 de julho, com o compromisso de devolver o dinheiro um mês depois. O empréstimo foi pago dia 25 de agosto. Lula negou a interferência no empréstimo, mais a imprensa como sempre descobre, não teve como manter em secreto a transação financeira.
O jornal O Estado de S. Paulo detalhou como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez para que o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) concedesse o empréstimo a endividada Argentina que terá eleições para presidente da república, primeiro turno no domingo, 22 de outubro de 2023 e o segundo turno no domingo, 19 de novembro de 2023. Hoje a Argentina vem sendo governada pela esquerda, no entanto, o candidato de direita Javier Milei vem sendo apontado como favorito e o grande vencedor nas urnas.
O que ocorre, é que a vizinha Argentina de tanto pegar dinheiro emprestado e não conseguir pagar, ficou sem crédito no mercado, então precisava de um empréstimo-ponte para realizar uma operação financeira triangular o que facilitou a renegociação da imensa dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI), sem usar as escassas reservas nacionais de dólares, favorecendo o candidato de esquerda Sergio Massa. O CAF tem como governadora da instituição a ministra do Planejamento Simone Tebet (MDB). Então, entrou o presidente Lula na história pressionando Tebet para socorrer o amigo de esquerda presidente da Argentina Alberto Fernández que levou seu país a entrar em uma das maiores e piores crises econômicas de todos os tempos chegando com uma inflação de 100% ao ano.
O desespero e o interesse do Governo brasileiro foi tanto para interferir na negociação que tentou contactar Tebet, porém a mesma estava fora de Brasilia em um compromisso particular, foi neste momento que ligações começaram a serem feitas várias vezes para Tebet, usando o telefone do gabinete do ex-chanceler Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais da presidência, após vária tentativas sem sucesso, a ministra Tebet resolveu atendê-los. O país vizinho já havia esgotado o limite de crédito no CAF, o que levou Lula a pressionar a ministra do Planejamento, Simone Tebet, que é governadora do Brasil no banco. A operação foi necessária para que a Argentina pudesse receber um desembolso de US$ 7,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Coincidência ou não, o empréstimo-ponte do CAF foi aprovado por 21 países-membros do banco, somente o Peru votou contra, às vésperas da visita do ministro da Economia argentino, Sergio Massa, ao Brasil. Nome apoiado pelo presidente Alberto Fernández para a sua sucessão, ele esteve no Ministério da Fazenda e no Planalto em 28 de agosto. Após a confirmação do empréstimo do CAF, o FMI autorizou a bolada dos US$ 7,5 bilhões, onde foi firmado um novo acordo com a Argentina.
No último dia 28 o governo da Argentina firmou com a equipe técnica do FMI um acordo que busca flexibilizar as metas econômicas no âmbito do programa de reestruturação de uma dívida de cerca de US$ 45 bilhões (R$ 213,3 bilhões). Com o pacto, o país poderá desembolsar até US$ 7,5 bilhões (R$ 35 bilhões) do Fundo Monetário Internacional (FMI) nos próximos meses,
Segundo fontes do Itamaraty, o Brasil vinha fazendo gestões junto ao FMI, o Banco dos Brics e outras instâncias multilaterais para ajudar a Argentina, um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Integrantes do governo brasileiro não escondem sua simpatia por Massa e sua preocupação com a eventual vitória de Javier Milei.
A ministra acrescentou que também não tratou do assunto com o presidente presencialmente e que não consultou o titular da Fazenda, Fernando Haddad. “Lula não me ligou”, disse Tebet à CNN. “Despachei com minha secretária de assuntos internacionais, que disse que os demais países votariam a favor”, completou.