Segundo a Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, uma mulher de 60 anos foi diagnosticada com a Dengue Tipo 3 no início deste ano, a notificação foi realizada pelo município do Rio e o Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) ratificou tal fato. Os especialistas estão preocupados, pois, em 2023 e 24, os sorotipos predominantes de dengue no país e no próprio estado do Rio de Janeiro foram os sorotipos 1 e o 2. O tipo 3 não circulava por aqui desde 2007, ou seja, há 18 anos. A informação é preocupante porque existe uma grande parcela da população desta região que nunca teve contato com esta doença do tipo 3.
Vale salientar que logo no início de 2025, mais de 800 casos prováveis de dengue foram registrados, com 50 internações e sem nenhum óbito confirmado até o presente momento. Os dados são do Monitora RJ, ferramenta digital da Secretaria de Estado de Saúde.
A Dra. Silvia Fonseca, infectologista, pediatra e docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), faz um alerta e pede à população para ficar atenta, pois os sintomas da dengue tipo 3 são os mesmos dos tipos 1, 2 e 4, sendo os principais: dor no corpo e articulações; febre alta (maior que 38°C); dor atrás dos olhos; mal-estar; náuseas e vômitos; falta de apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.
“Todos nós sabemos que podemos combater à doença com algumas prevenções, como usar repelentes, evitar água parada em vasos de plantas, nos pneus em nossos quintais, não deixar garrafas vazias ao ar livre e fazer manutenção em calhas entupidas e caixas d’água sem tampas, além de outras iniciativas”, reforça a especialista do IDOMED.
Na visão da Dra. Silvia Fonseca, a Dengue é a arbovirose (vírus transmitidos por mosquitos e carrapatos) mais importante do planeta e continua a causar muitos transtornos e mortes em todo o mundo, incluindo o Brasil. Somente em 2024, o Ministério da Saúde recebeu mais de 6 milhões e 600 mil notificações de dengue, com mais de 6 mil óbitos registrados. A dengue possui 4 sorotipos diferentes, DEN 1, DEN 2, DEN3 e DEN 4, qualquer um deles pode fazer uma doença grave e a imunidade é sorotipo específica, isto é, a pessoa fica imune para o resto da vida pelo sorotipo que a infectou, mas ainda assim pode ser infectada pelos outros sorotipos.
“Agora no começo deste ano, 2025, surgem registros da circulação do vírus dengue sorotipo 3 em algumas regiões do Brasil que não circulava no país há muitos anos; no ano passado, o sorotipo predominante foi o sorotipo 1. É também sabido que infecções sequenciais, ou seja, adquirir dengue pela segunda, terceira ou quarta vez, costumam ser mais graves, e quem pegou dengue no ano passado, provavelmente ainda estará susceptível a dengue sorotipo 3. Temos que pensar nos grupos mais susceptíveis de terem infecções graves, a saber, quem já teve dengue, crianças e idosos, gestantes e pessoas com outras doenças e comorbidades, como doença cardíaca ou renal. Vale salientar que o tratamento da dengue se baseia na hidratação oral com água, sucos e soro de hidratação; a hidratação endovenosa está reservada aos casos mais graves, como nas pessoas com intensa desidratação, e sinais de alarme da dengue: pressão baixa, tontura, dor abdominal, sangramentos espontâneos”, alerta a Dra. Silvia.