Em Queimados, na Baixada Fluminense, um estrondo seguido de tremores supostamente vindos do solo, deixou moradores em estado de alerta e com muito medo. Os tremores também foram sentidos em Japeri, Nova Iguaçu e Seropédica. Há aproximadamente 20 anos atrás, o mesmo estrondo e tremores foram sentidos por moradores do município. Mas, afinal seria o ocorrido um aviso? Seria o suposto “vulcão” de Nova Iguaçu?
VULCÕES FLUMINENSES
Em 1999, Wagner Victer, então Secretário Estadual de Energia, Indústria Naval e Petróleo, adotou uma política de revitalização do Departamento de Recursos Minerais, DRM-RJ, que era um órgão que até então estava na área ambiental e que Wagner conseguiu levar para a dentro da Secretaria, dando o foco no desenvolvimento econômico. Na ocasião, Victer juntamente com alguns amigos teve a ideia de criar um Projeto denominado “Caminhos Geológicos”, onde fazíam uma decodificação de uma série de pontos do Rio de Janeiro com uma leitura geológica que era adaptada ao linguajar popular e a sua percepção e que foi lançado durante o Congresso Mundial de Geologia de 2000 que ocorreu do Rio de Janeiro.
Obviamente nesses processos os vulcões estavam ali com destaque por sua mística e começaram a ser percebidos através de placas onde eram feitos os indicativos. As placas instaladas viraram um roteiro que despertava muita atenção pela formação que se tem da própria morfologia geográfica diversificada do Estado do Rio de Janeiro que aliás na formação de vulcões tem semelhança aos do Havaí e Ilhas Canárias!
VULCÃO DA MENDANHA
Na Zona Oeste, há uma formação na Serra do Mendanha, no bairro de Campo Grande conhecido como o “Vulcão da Mendanha”, que fica no Maciço do Mendanha/Gericinó, descoberto em 1935.
VULCÃO DE NOVA IGUAÇU
Localizado em uma área popularmente chamada de Serra do Vulcão e que também faz parte do maciço do Gericinó dentro do Parque Municipal de Nova Iguaçu (na verdade, ele é o fóssil de uma câmara magmática, ainda mais rara que um vulcão).
CÂMARA MAGMÁTICA
Câmara magmática, por vezes reservatório magmático, é a designação dada em geologia estrutural e vulcanologia às massas de magma, O magma contido nessas câmaras encontra-se submetido a grandes pressões, resultantes do peso das rochas que as recobrem, pelo que no decurso do tempo tende a fraturar as rochas circundantes criando canais através dos quais o material fundido, menos denso que as rochas encaixantes, tende a subir, aproximando-se da superfície.
Como é formada a câmara magmática?
Quando o magma não consegue encontrar um canal que lhe permita continuar a ascensão, acumula-se e forma uma câmara magmática. As câmaras magmáticas são em geral resultado da gradual acumulação de magma, por sucessivas injeções horizontais ou verticais.
ITAÚNA, TANGUÁ, AGULHAS NEGRAS, RIO BONITO E MORRO DE SÃO JOÃO
Outros três maciços dos “vulcões fluminenses” podem ser vistos para quem viaja pela BR-101 entre Niterói e Rio Bonito. Em São Gonçalo, o vulcão de Itaúna, em Itaboraí, o vulcão de Tanguá, e o terceiro é o vulcão de Rio Bonito. Há também formações na região das Agulhas Negras no Sul Fluminense.
Outro vulcão é o que fica no Morro de São João, próximo à cidade de Casimiro de Abreu na região da Baixada Litorânea. Ele é um dos monumentos daquela localidade que se permite claramente ver a formação de vulcão e até uma vista aérea a formação da antiga cratera.
UM VULCÃO INATIVO PODE ENTRAR EM ATIVIDADE NOVAMENTE?
Apesar da grande preocupação e do empenho dos vulcanólogos, ainda não é possível prever exatamente quando ocorrerá uma erupção vulcânica. Entretanto, alguns sinais podem ser indicativos de alguma atividade próxima.
Antes de uma erupção, o magma se concentra em áreas abaixo do vulcão, chamadas reservatórios, onde ele se move produzindo vibrações, ou seja, pequenos terremotos. Esse mesmo movimento pode provocar o desabamento das encostas do cone vulcânico. À medida que o magma se aproxima da superfície, libera gases que podem ser detectados em regiões próximas do vulcão.
Como os vulcões, em geral, entram em atividade em intervalos de centenas a milhares de anos, eles não são continuamente monitorados, mesmo porque essa prática envolve alto custo e nem sempre se repete o mesmo padrão em diferentes erupções.
No entanto, quando o vulcão emite indícios precursores, é possível evitar que ocorra uma grande catástrofe.