As pessoas fazem fila na noite anterior com o objetivo de obter uma ficha para serem tratadas ou para algum familiar que apresente sintomas de dengue como febre ou dor de cabeça, mas muitos não conseguem a cota e devem perambular por diferentes centros até encontrar um em onde podem atendê-los, confirmou a EFE.
Um dos mais saturados é o Hospital del Niño da cidade de Santa Cruz, onde todas as suas enfermarias estão superlotadas de pacientes com sintomas desta doença e que chegou ao ponto de atender os doentes nos corredores do centro ou em recepção.
Algumas pessoas procuram um espaço para o familiar há pelo menos três dias e já visitaram pelo menos três hospitais onde não puderam ser atendidos devido à alta demanda de casos.
Ações antes do aumento de casos
Diante dessa situação, a Prefeitura Municipal de Santa Cruz montou 30 leitos no 10º distrito daquela cidade e contratou cerca de 60 funcionários para cuidar dos enfermos, a fim de aliviar a sobrecarga dos pacientes nos hospitais de segundo e terceiro nível.
Da mesma forma, o Serviço Departamental de Saúde (Sede) daquela região trabalha em centros de acolhimento de idosos para diagnosticar oportunamente a dengue e também realizar limpezas para evitar mais casos.
O inseto causador da doença se reproduz em épocas de chuva frequente em áreas quentes e urbanas da Bolívia, por isso aproveita qualquer espaço de água estagnada para sua reprodução.
Os números da dengue na Bolívia
Nas últimas horas morreram dois bebés, um com um mês e outro com duas semanas, que tiveram febre e não puderam ser atendidos a tempo devido à saturação dos hospitais.
Além disso, é conhecida a morte de outro bebê de cinco meses no Hospital Pampa de la Isla, mas ainda se aguarda a confirmação laboratorial para determinar se foi devido à dengue.
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, já são 6.453 casos de dengue e 18 óbitos em todo o país, sendo Santa Cruz a região mais atingida pela doença, com 4.889 doentes.
Enquanto no Beni amazônico há 797 pacientes, no sul Tarija 359, em La Paz 159, em Chuquisaca 132, na usina de Cochabamba 62 e em Pando 55.