A faixa, faz parte do álbum “A Gente Merece”, que será lançado por completo no dia 22 de novembro nas plataformas digitais e será celebrado com um show em dezembro.
“Então, eu sempre fui muito fã do João Nogueira, desde criancinha. Apesar de eu não ter conhecido o João pessoalmente, ele faleceu no dia 5 de junho de 2000. Eu me encantei com a discografia dele, com os discos, fui atrás, nos sebos e tal. O meu primeiro ídolo da música, cronologicamente falando, foi o Zeca, né? E depois eu passei a conhecer a obra do João Nogueira, que era uma coisa rara naquela época, no início dos anos 2000, um garoto gostar tanto de um trabalho de um artista como o João Nogueira, que era um artista com mais idade. “Ainda menino, fiquei encantado com a voz de João Nogueira, o jeito dele de dividir. Meu ouvido combinou muito com a música do João Nogueira, de forma, digamos assim, impressionante. E ele virou, ele é e vai ser sempre um dos meus grandes ídolos da música, ao lado de Zeca Pagodinho, Chico Buarque e Cartola”, empolga-se Leo Russo.
Quando Leo Russo resolveu gravar um álbum porque já tinha muitas músicas inéditas guardadas, teve a ideia de fazer uma música para João Nogueira, nascido e criado no Méier. Ele já tinha uma relação com o bairro onde a esposa Isabella também nasceu e morou, era um bairro que marcou o relacionamento do casal.
“A gente começou a frequentar um botequim, que é perto de uma casa da tia dela, na esquina da Magalhães Couto. E descobri que o bar ficava exatamente na rua em que João Nogueira nasceu. Fiquei louco com essa história, mandei fazer uma placa dizendo que João Nogueira havia nascido naquela rua e pendurei na parede do bar. Gisa Nogueira, irmã do João, foi lá um dia e se surpreendeu que a mercearia que ela frequentava na infância havia virado o tão falado bar. E foi aí que surgiu a ideia de fazer lá uma roda de samba. Aí falei com o Didu, sobrinho do João, e passamos a fazer uma roda em uma terça-feira do mês, à tarde. A gente sempre cantava músicas do João, e a roda de samba foi ficando famosa, aumentando o público a cada mês, até que tivemos de parar porque havia gente reclamando da superlotação na rua”, lembra o cantor e compositor.
Foi um evento que acabou porque deu certo. Mas aí a música “João do Méier” já estava feita, citando ruas onde João morou e onde fundou o Clube do Samba, na casa onde ele morava.
“A gravação foi em clima de bar, bem ao estilo do João Nogueira. E o videoclipe foi filmado justamente no bar onde fazíamos a roda de samba, o Bar Biricutico. Estão no clipe a viúva Angela Nogueira, o produtor Milton Manhães, que tocou percussão no início da carreira do João, Alex Ribeiro, filho do saudoso Roberto Ribeiro, Didu Nogueira, Gisa Nogueira, minha parceira de música, e vários amigos”, conta Russo.
JOÃO DO MÉIER
(Leo Russo)
João (Ô João)
Tu me embriagaste ouvindo teus sambas
João (Ô João)
Nasceu lá no Méier o bamba dos bambas (refrão)
Na Magalhães Couto o poeta nasceu
Nos melhores Dias da Cruz morou
Na José Veríssimo o Clube do Samba ele fundou
E a Wilson, Geraldo e Noel
Agradeceu a sua inspiração
E hoje na terra eu canto
E também agradeço ao João
João (Ô João)
Tu me embriagaste ouvindo teus sambas
João (Ô João)
Nasceu lá no Méier o bamba dos bambas (refrão)
Escrevendo passos nestas calçadas
Perdeu a conta das madrugadas
Entre um bate-papo, um samba sincopado e uma cerva gelada
Malandro de primeira
Ele é nó na madeira
Espelho da vida do velho Nogueira
E cantando samba eu vou “nogueirando” minha vida inteira
FICHA TÉCNICA
Arranjo, cavaquinho, cavaquinho com afinação de bandolim e efeitos: Alessandro Cardozo
Baixo: Luiz Louchard
Bateria: Luciano Broa
Violão 6: Cláudio Jorge
Violão 7 cordas: Carlinhos 7 Cordas
Clarinete e flauta: Dirceu Leite
Tantan, ganzá e agogô: Gustavo Palmito
Pandeiro, tamborim, surdo, cuíca e repique de anel: Pedrinho Ferreira
Coro, palmas e Clima falatório: Débora Cruz, Analimar, Mingo Silva, Ari Bispo e Alessandro Cardozo
Gravado nos estúdios:
Estúdio Méier
Técnicos: Rodrigo Gavião e Vinícius Vian
Assistente de gravação: Polegar
Eme Studio
Técnico: Tuta Macedo
Assistente de gravação: Jordão
Mixagem e Masterização: Eme Studio
Técnico: Tuta Macedo
Videoclipe:
Gravado no Bar Biricutico no Méier
Agradecimentos e participações especiais no clipe – Família do João Nogueira – Angela Nogueira (viúva do João Nogueira), Gisa Nogueira (irmã do João Nogueira) e Didu Nogueira (sobrinho do João Nogueira)
Filmagem: Beto Cunha e Dani Lee
Edição: Thales Zanini