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Mosquito genéticamente projetados são liberados para combater a dengue

Através de um avanço revolucionário, chamados de Aedes do Bem, mosquitos de laboratório foram inoculados com uma bactéria benéfica que bloqueia a capacidade dos insetos de espalhar doenças como dengue, zika e chicungunha, representando uma esperança sem precedentes no combate a essas doenças.

Pesquisadores estão celebrando o progresso promissor com os chamados ‘Aedes do bem’ – uma nova linhagem de mosquitos geneticamente projetados para combater doenças. Os resultados animadores na fase de testes abriram caminho para a liberação desses insetos benéficos na natureza, prometendo uma nova era na luta contra as doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti. Essa inovação científica aponta para um futuro onde doenças como dengue, zika e chikungunya possam ser significativamente reduzidas.

O inovador projeto Aedes do Bem da primeira geração representa um avanço extraordinário na batalha contra a dengue. Através de mosquitos geneticamente aprimorados, que se acasalam com as fêmeas selvagens, conseguimos garantir que suas larvas não atinjam a fase adulta. Essa abordagem promissora está reduzindo efetivamente a população de mosquitos e, por consequência, a incidência de dengue nas áreas implementadas, marcando um futuro mais saudável e sem doenças transmitidas por mosquitos.

O método consiste em modificar o mosquito em laboratório, com a inserção da bactéria wolbachia, que bloqueia o vírus da dengue, descoberta oriunda de estudos australianos. Em Niteroi na região Metropolitana do Rio de Janeiro, o método começou a ser implementado na cidade em 2015. Em 2023, o município tornou-se o primeiro no Brasil com 100% do território coberto pelo método.

Os pesquisadores deram um passo significativo nesta terça-feira (2), ao liberarem milhares de mosquitos Aedes aegypti modificados no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Esses mosquitos são revolucionários, pois foram criados em laboratório e são incapazes de transmitir doenças graças à presença da bactéria Wolbachia, um verdadeiro marco na estratégia de controle epidemiológico.

Com a introdução da Wolbachia, uma bactéria segura que já existe em 60% dos insetos, mas que não se encontra naturalmente no Aedes aegypti, esses insetos, carinhosamente apelidados de “wolbitos“, se tornam aliados na redução dos casos de dengue, zika e chikungunya. A fêmea que possui a bactéria transmite-a para seus descendentes, garantindo a continuidade do método, e qualquer cruzamento de um macho portador da Wolbachia com uma fêmea que não a possua resultará em ovos inférteis, diminuindo a população de mosquitos.

Diogo Chalegre, responsável pelas relações institucionais e governamentais da WMP Brasil, esclarece que a soltura de ambos os sexos dos mosquitos assegura uma estratégia sustentável no controle da proliferação desses vetores de doenças.

O lançamento desses insetos sem risco ambiental no Caju tem uma estratégia bem pensada, visando uma área de alta circulação de pessoas, o que potencializa a disseminação da solução. Este método pioneiro será expandido para outros pontos vitais da cidade até agosto, incluindo o Centro e a Ilha de Paquetá, criando efetivamente um ‘cinturão’ de segurança para os cidadãos.

Esse otimismo é baseado em resultados tangíveis. Em Niterói, por exemplo, a introdução dos mosquitos com Wolbachia foi um sucesso, contribuindo para uma drástica queda nos casos de dengue nos últimos anos. Essa tendência se confirma em outras áreas do Rio de Janeiro, como a Ilha do Governador e a Maré, onde a estratégia já foi aplicada, oferecendo resultados encorajadores, como observado por especialistas na área.

By Nelson Ferreira

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