Sem prerrogativas constitucionais, a primeira-dama do Brasil Janja, assumiu a agenda do esposo, presidente Lula que se encontra hospitalizado para uma cirurgia no quadril. Janja está cumprindo agenda presidencial no Estado do Rio Grande do Sul que vem sendo afetado por ciclones extra-tropicais que vem deixando um rastro de mortos, feridos, desabrigados e destruição. Janja se colocou em uma situação jamais vista no Brasil, onde a esposa do presidente toma decisões na ausência do marido e do vice-presidente.
No início do mês Alckmin pôde exercer seu papel de vice-presidente assumindo o comando do país na ausência do presidente Lula que havia feito uma viagem a Índia para a reunião do G20, Alckmin rapidamente se dirigiu para as regiões afetadas pelo ciclone, fazendo anúncios de socorro e visitando os desabrigados.
No entanto, o presidente precisou se ausentar por motivos de saúde, ao invés da presença do vice ou dos presidentes do legislativo, quem entra cena? A mulher do presidente. Janja sem a menor prerrogativa de chefe de estado, foi com a comitiva presidencial de forma oficial sobrevoar e visitar as regiões de Lajeado, principal cidade do Vale do Taquari, região mais atingida pela chuva. Janja irá visitar os desabrigados e ver os problemas que foram causados, tendo que tomar decisões que só competem ao chefe do executivo e em último caso, do legislativo.
Agora, o vice foi retirado da função para dar lugar a Janja que ao chegar na região com repercussão negativa, teve que ouvir vaias e zombarias, num curioso movimento em que a primeira-dama parece ocupar a figura do vice na ausência do presidente. Sem função oficial no governo, a primeira-dama irá liderar ministros e anunciar medidas de auxílio aos gaúchos. O movimento, no entanto, ampliou o desgaste do Planalto entre os gaúchos, deu munição para a oposição e ainda deixou Alckmin ofuscado como um vice de ocasião.
Desde o início da crise, a presença de Lula é cobrada no estado. O petista, no entanto, ignorou a calamidade no Sul para seguir com uma intensa agenda internacional.
O ministro Paulo Pimenta, um dos integrantes da comitiva desta quinta-feira, disse que Janja vai “olhar de perto” a situação das áreas afetadas e “anunciar medidas”. Também participam da ida ao RS Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Wellington Dias Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome).
O mais absurdo que nenhum Ministro do Supremo se manifestou em público em relação a inconstitucionalidade de Janja ao cumprir com a agenda presidencial. O Brasil caminha para momentos sombrios, onde se faz o que quer desde que tenha o aval da Suprema Corte.