Profissionais da área, escritores, estudantes e admiradores de literatura, arte e psicanalise estarão reunidos no próximo dia 4 de fevereiro, na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, para um grande evento da área da psicanálise.
Psicanalista e doutoranda em Artes, Gilda Pitombo dirige e apresenta o projeto Interlocuções há 08 anos, na Cidade das Artes Bibi Ferreira e sua tese de doutorado tem como tema O ESTRANHO FAMILIAR NA OBRA DE VICTOR ARRUDA. Gilda realizará a abertura do INTERLOCUÇÕES 2023, trazendo o artista, Victor Arruda, como convidado.
O evento que acontecerá no dia 04 de fevereiro, terá entrada gratuita e haverá um dialogo com o artista sobre sua vida, obra e a tese da psicanalista, compartilhando saberes e abrindo espaço para novas discussões sobre as temáticas abordadas.
Além da presença de Victor Arruda, o evento também contará com a presença ilustre de Alexandre Murucci que é artista visual, com participações nas Bienais de Veneza, Cairo e Áustria e no momento com uma individual na Galeria Mariantonia – USP. Também é curador, criador da TRIO Bienal, Presidente do IBLHA e Diretor de Cultura do Instituto Niemeyer.
BIOGRAFIAS
GILDA PITOMBO
Doutoranda em Arte na UERJ, Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Veiga de Almeida , psicóloga pela UFRJ Título de Psicanalista pela Sociedade Iracy Doile, Spid. Coordenou uma pós graduação em psicanálise na Celso Lisboa. Coordenadora do Projeto Interlocuções: Psicanálise, Literatura e Arte, na Cidade das Artes há 8 anos, aberto ao público interessado em dialogar e trocar saberes.
Coautora do livro Revolução 50+ e autora do livro A orfandade na psicanálise: conexões com o mito de Édipo.
Gilda começou a empreender depois dos 50 anos e isso ressignificou muitas coisas na sua vida. Para a Psicanalista
empreender requer paciência, entusiasmo, coragem, disciplina, paixão e uma ideia.
A história desta Tese
Diante do inesperado encontro com a obra de Victor Arruda, fui tomada pela perplexidade e fiquei siderada com a experiência do estranho-familiar frente a alguns quadros do artista das décadas de 1970 e 1980, tão cheios de imagens dos corpos fragmentados, de pênis e vaginas, de cenas sexuais entre homens, de espermas, corações.
Igualmente, fui capturada pela angústia que não nos engana e transborda no corpo como um grito surdo, um nó que estabelece um espaço topológico, reunindo os três registros lacanianos (o Real, o Simbólico e o Imaginário). Mas precisei silenciar e calar esse transbordamento de forma assustadora e inquietante, condizente com a própria experiência do estranho-familiar em Freud (1996a). Uma citação para ilustrar essa experiência.
O tema do ‘estranho’ é um ramo desse tipo. Relaciona-se indubitavelmente com o que é assustador – com o que provoca medo e horror; certamente, também, a palavra nem sempre é usada num sentido claramente definível, de modo que tende a coincidir com aquilo que desperta o medo em geral. Ainda assim, podemos esperar que esteja presente um núcleo especial de sensibilidade que justificou o uso de um termo conceitual peculiar. Fica-se curioso para saber que núcleo comum é esse que nos permite distinguir como ‘estranhas’ determinadas coisas que estão dentro do campo do que é amedrontador. (FREUD, 2010, p.237)
VICTOR ARRUDA
Victor André Pinto de Arruda (Cuiabá, Brasil, 1947) é um artista plástico brasileiro. Foi professor, desenhista, gravador e pintor, além de ex-galerista, sócio fundador da “Galeria Saramenha”, na Gávea, Rio de Janeiro, local de exposição dos mais renomados artistas plásticos nas décadas de 80 e 90.
Biografia
Victor decidiu que iria ser pintor aos doze anos. Mudou-se para o Rio de Janeiro aos treze, em 1947, onde formou-se em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
Carreira
Iniciou cedo na pintura, e logo tornou-se fundador de várias galerias e exposições no Rio de Janeiro.
O artista tem uma obra marcada por temas como sexualidade, hipocrisia, racismo e homofobia, que, segundo ele, são suas obsessões. O dinheiro é outro tema recorrente nos trabalhos, sendo que a idolatria ao poder econômico é criticada em obras como “All they need is money” de 2009, “Cuidado Banqueiros”, de 2010, entre outras.
Os quadrinhos foram uma influência notada em suas composições, especialmente durante a década de 1970. Em entrevista ao instituto “Oi Futuro”, Victor declarou que sua pintura nesse período estava “muito ligada aos movimentos modernos”, como o expressionismo e o surrealismo, e que posteriormente acabou afastando-se deles. Atualmente, a obra de Arruda é inspirada pelo psicanalismo de Sigmund Freud.
Na mesma entrevista, Victor explicou que pintava de forma a trazer seu inconsciente à tona e criticar conscientemente suas angústias, das quais citou explicitamente a “afirmação de minha condição homossexual numa sociedade repressora, hipócrita e violenta”.
O crítico italiano Achille Bonito Oliva declarou que considerava “Arruda um dos artistas mais importantes, hoje, no Brasil.”
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) inaugurou, no dia 17 de março de 2018, uma ampla retrospectiva de 50 anos da trajetória artística de Victor Arruda, reunindo 105 obras do autor.
NOME DO EVENTO:
Projeto Interlocuções: Literatura Arte e Psicanálise
Curadoria: Gilda Pitombo
Produção: Bia Peace
Dia: 04 de fevereiro de 2023
Horário: 16 horas – 18 horas
Local: Sala de Leitura da Cidade das Artes
Tema: ESTRANHO FAMILIAR NA OBRA DE VICTOR ARRUDA
Release das atividades com todas as informações
Classificação etária: 16 anos
Público-alvo: Profissionais da área, escritores, estudantes e admiradores de literatura, arte e psicanalise
Telefone e e-mail de contato dos responsáveis pelo evento: 21 993880203 24 981110124