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Sinceridade ou sincericídio? Qual o limite entre falar o que se pensa e a responsabilidade emocional

Especialista em neurociência explica o impacto de falas impensadas e da perda da própria comunicação com uma linguagem não adequada

Na última quinta-feira, Jojo Todynho, em entrevista à Ana Maria Braga, no Mais Você da TV Globo, levantou uma polêmica sobre sinceridade. Segundo a apresentadora e funkeira, “a verdade dói, mas ela te corrige e não deixa adoecer” referindo-se a ser polêmica e sincericida, como ela mesma se nomeou. De acordo com ela, “o sincericídio é brabo, porque as pessoas cobram a verdade, mas não se sabe se elas estão preparadas para ouvir”. Mas, afinal, qual o limite entre a sinceridade e o sincericídio? e quais as consequências dessas ações?

A psicóloga especialista em neurociência, Cinthia Alves Prais explica que existem diferenças entre essas duas palavras e uma delas se destaca: a responsabilidade emocional. De acordo com a profissional, o sincericídio é quando a pessoa expressa o que pensa e sente, mas emite isso sem refletir em quais palavras usar, como comunicar e as consequências disso. “Normalmente, nessas situações, a pessoa esquece do compromisso de como, quando e onde dizer, além do que e para quem. Sem esse compromisso, a franqueza passa a não ter o valor que deveria, passa a não ser construtitva”. 

Ao contrário disso, a sinceridade é um dos elementos mais importantes nas relações. “Boas relações são aquelas que são baseadas no diálogo e a gente tende a se abrir mais com quem confiamos, com quem nos aceita como somos e vice-versa. Portanto, esse tipo de comunicação nas relações não deve ser perdido. Porém, sinceridade exige sabedoria, acrescenta.  

A especialista ainda reflete sobre a importância da comunicação. Quando alguém utiliza o sincericídio, a forma de expressão tira o foco da mensagem mais importante, que muitas vezes é necessária e poderia gerar uma consciência no indivíduo. Ao receber uma mensagem sem essa responsabilidade emocional, o outro tende a reagir sem sequer pensar muito sobre o que foi dito. Neste tipo de comunicação fica evidente que quem fala se destaca mais do que o acontecimento em si. Portanto, a dica que eu dou é: reflita, antes de falar, o que é mais importante e como você pode despertar o outro pelo uso mais adequado das palavras, dos gestos. A comunicação não precisa ser usada para gerar ainda mais atrito e violência. Podemos ter conversas difíceis sem tornar a comunicação bruta. É possível falar de temas sofridos com gentileza”, finaliza Cinthia.

Sobre a especialista

Cinthia Alves Prais é psicóloga e pós-graduada em neurociência e comportamento pela PUCRR. Entre os principais reconhecimentos, a especialista foi premiada na categoria Ouro no Programa Bem-Estar pelo Prêmio Saúde Abril e 1° lugar no Prêmio Saúde no Trabalho pela ABQV/PNQV.

By Redação do Folha Kariocas

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