Por que algumas pessoas são escolhidas para serem entrevistadas e a maioria da população, não? Entenda como é feita uma pesquisa e as falhas que podem ocorrer.
As pesquisas eleitorais são realizadas com um grupo de pessoas que representarão toda a população. Estas pessoas são escolhidas de forma aleatória em diversas localidades, em uma espécie de sorteio. Primeiro é preciso definir a quantidade de pessoas que serão ouvidas. Este número é decidido a partir de um cálculo, que leva em conta a margem de erro, que é a variação possível para mais ou para menos em torno de um resultado, e o nível de confiança, isto é, o número de vezes em que a pesquisa dará um resultado semelhante se for repetida.
Se as pesquisas são realizadas com apenas um grupo de pessoas, como elas representam toda a população?
Para se fazer uma pesquisa, podem escolher pessoas baseadas pela idade, gênero, escolaridade, distribuição de renda, entre outros. A localidade costuma ser um fator muito importante. Essas pessoas irão representar todos os eleitores de um Município, Estado e País, dependendo do cargo, se ele é municipal, estadual ou federal.
Não há exatidão de quantas pessoas serão entrevistadas. Geralmente a pesquisa será feita entre 1 mil e 4 mil eleitores. O Datafolha, por exemplo, considera entre 2 mil e 2,5 mil pessoas em suas pesquisas eleitorais. Nas eleições municipais, o número de entrevistados varia de acordo com o tamanho do município.
As pessoas que serão entrevistadas, é definida também pelo tipo de eleição que está sendo realizada. Por exemplo, a pesquisa para uma eleição estadual considera vários municípios dentro daquele estado pesquisado, geralmente as cidades escolhidas são as mais populosas. Por sua vez, uma pesquisa para a eleição presidencial seleciona pessoas de vários estados ao longo do território brasileiro. Nas pesquisas para eleições municipais, as pessoas entrevistadas são escolhidas ao longo dos bairros da cidade.
A lista com os nomes dos candidatos deve, primeiramente, ser mostrada ao eleitor, nunca lida pelo entrevistador. Os nomes devem ser mostrados em uma disposição circular, semelhante a uma pizza. Isto porque se houver uma sequencia, a decisão do entrevistado pode ser influenciada pelo entrevistador.
Logo após as entrevistas, cerca de 20% do trabalho realizado deve ser checado. Ou seja, os institutos devem contatar, geralmente por telefone, cerca de 20% das pessoas que foram entrevistadas, para que, dessa forma, os dados informados batam com os anotados.
Pesquisas eleitorais são confiáveis? Tirem suas conclusões
Ainda que as pesquisas sejam feitas com vários critérios, dados confiáveis e a supervisão de um estatístico, as pesquisas eleitorais não se baseiam em valores absolutos, mas sim em estimativas. Além disso, a validade das pesquisas eleitorais depende da opinião pública, que varia constantemente. Por isso os resultados não são exatos, e são acompanhados sempre da chamada margem de erro.
Por exemplo, vamos tirar como exemplo as eleições 2018, Nenhuma pesquisa eleitoral conseguiu prever o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018. A vitória do presidente Jair Bolsonaro com 46,03% dos votos totais não passou perto de ser registrada pelos diversos especialistas até mesmo no dia antes da eleição. O Ibope, por exemplo, divulgado na noite de 6 de outubro, véspera da eleição, errou por dez pontos: apontava Bolsonaro com 36% dos votos. O Ibope acabou fechando as portas meses depois.
100% de erro
- Todas as 97 pesquisas sobre do primeiro turno da eleição de 2018 erraram o resultado da eleição. Alegaram “retrato do momento”, claro.
Mesma época do ano
- Na pesquisa XP/Ipespe de 10 de agosto de 2018, Bolsonaro tinha 19% contra Lula ou 23% contra Fernando Haddad. Entrou para o anedotário.
Próximo, longe
- O levantamento que chegou mais próximo do resultado de Bolsonaro nas urnas foi do instituto Veritá: 41,5%. Mas cravou Haddad com 19%.
As pesquisa eleitorais tem importância crucial antes e durante a campanha, pode ocorrer falhas e erros, mesmo assim é importante que se faça pesquisas, os resultados apurados, podem deixar o eleitorado em dúvida. Seja qual for o Instituto que realize a pesquisa, precisa manter sua neutralidade e imparcialidade diante do quadro político, para que o resultado não seja fruto da interferência de quem contratou e do próprio órgão que estiver realizando a pesquisa.
Baseado no Portal Politize
