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Atenção! Doença que vem atingindo o escroto e o pênis causa lesões terríveis e pode levar a amputação

Veja os sintomas, causas e tratamento

A síndrome de Fournier é uma doença que atinge o escroto, pênis e a região entre o ânus e o pênis, conhecida como períneo, e que é caracterizada pela gangrena dessa região, que corresponde à morte das células presente na pele, na gordura e outros tecidos. Foi descrita em 1883 por Jean Alfred Fournier, venerologista francês, como uma infecção de rápida progressão do períneo e da parede abdominal que se estendia para bolsa escrotal e pênis, Em alguns casos, as lesões da síndrome de Fournier podem ser estender até a parte superior da coxa e região abdominal, além de também poder acontecer nas mulheres, sendo notada gangrena na vulva e virilha.

Fournier originalmente reportou casos sem etiologia conhecida. Atualmente, aproximadamente 25% dos casos ainda permanecem idiopáticos. São diversos os fatores predisponentes, como diabetes mellitus e parafimose. A síndrome é mais comum quando existe falta de higiene da região, já que está relacionada ao desenvolvimento de bactérias que promovem a morte das células, causando sintomas como dor intensa, cheiro fétido e inchaço da região.

Na sua fisiopatologia, pode ocorrer uma das três situações: trauma local, que facilitaria a entrada de microrganismos pela pele lesada; infecção do trato genitourinário, com extensão a planos profundos; e/ou infecção de região perineal ou espaço retroperitoneal. As bactérias que atingem o subcutâneo causam endarterite obliterativa nos vasos que fazem o suprimento sanguíneo para região escrotal e perineal, causando necrose. A combinação de edema, inflamação e infecção diminuem o suprimento sanguíneo local e a hipóxia resultante predispõe ao crescimento de micro-organismos anaeróbios obrigatórios e optativos.

A síndrome de Fournier também não é uma doença que acomete apenas homens, como proposto pelo autor. A baixa incidência em mulheres é atribuída à melhor higiene e a drenagem local fisiológica, pelas secreções vaginais. Em pacientes idosos, imunocomprometidos, acamados e dependentes, esta enfermidade pode ser silenciosa, enquanto que, em adultos jovens, o quadro séptico é mais comum. Alto número de procedimentos cirúrgicos e maior tempo de internamento podem ser fatores que dificultem o diagnóstico precoce, evoluindo com alta taxa de mortalidade.

A síndrome de Fournier é psicologicamente devastante e requer bom resultado estético e funcional. O tratamento inclui amplo debridamento, antibioticoterapia de amplo espectro e oxigenioterapia hiperbárica, para eliminar a infecção; e proteção dos testículos expostos, com reconstrução da região perineal e peniana7. O defeito de cobertura resultante do debridamento dos tecidos afetados pode ser extenso, com exposição dos testículos, pênis, parede abdominal e funículo espermático.

A síndrome de Fournier tem cura e não é contagiosa, no entanto o seu tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível para diminuir o risco de amputação do pênis e espalhamento da infecção para outros órgãos, o que pode colocar a vida em risco.

Sintomas da síndrome de Fournier

Os principais sintomas da síndrome de Fournier incluem:

  • Pele da região íntima vermelha que evolui para escurecida;
  • Dor intensa e constante;
  • Cheiro fétido;
  • Inchaço da região pélvica;
  • Febre acima de 38ºC;
  • Cansaço excessivo.

É importante que, assim que surgirem os primeiros sinais indicativos de lesões na região íntima, se consulte um ginecologista ou urologista, para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento mais adequado.

Possíveis causas

A síndrome de Fournier é causada por bactérias que se desenvolvem no local e levam à morte das células devido à produção e liberação de toxinas no local. As principais bactérias relacionadas com essa síndrome são Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Streptococcus sp, Enterococcus e Pseudomonas spp.

As situações que favorecem a proliferação dessas bactérias e aumentam o risco de desenvolver a síndrome de Fournier são:

  • Falta de higiene;
  • Pregas na pele, que acumulam bactérias;
  • Diabetes mellitus;
  • Obesidade mórbida;
  • Desnutrição;
  • Sepse;
  • Síndrome da Imunodeficiência Adquirida;
  • Infecção do Trato Urinário.

Além disso, outros fatores como cirrose, alcoolismo, hipertensão, uso de drogas e de antibióticos sem recomendação médica, também podem aumentar o risco de ter Fournier, uma vez que podem promover a permanência de bactérias mais resistentes.

Como é feito o tratamento

O tratamento da síndrome de Fournier deve ser sempre orientado por um urologista ou ginecologista, sendo normalmente indicada a realização de cirurgia para retirar a pele e as células afetadas e, assim, evitar a progressão da doença. Além disso, o tecido removido é enviado para o laboratório para identificar o microrganismo responsável pela síndrome, facilitando a escolha do antibiótico.

Além da cirurgia são então utilizados antibióticos, como Vancomicina, Penicilina, Clindamicina, Metronidazol ou Cefalosporina, para promover a eliminação completa de todas as bactérias.

Nos casos mais graves, pode ser necessário remover muita pele e tecidos afetados e realizar cirurgia de reconstrução da região íntima.

Como prevenir

Como a síndrome de Fournier é causada por bactérias que são encontradas naturalmente na região genital, é importante adotar medidas que evitem a sua proliferação, sendo importante manter a higiene correta da região genital, além de evitar alimentos ricos em açúcar, pois pode favorecer o desenvolvimento bacteriano.

Além disso, é importante evitar os fatores de risco, sendo importante ter uma alimentação saudável, evitar o consumo de bebidas alcoólicas ou drogas, não fazer uso de antibióticos sem indicação médica.

By Redação do Folha Kariocas

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