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Falas de Lula contra Israel causa problemas sérios nas relações do Brasil a nível internacional

Governo brasileiro casou “indigestão” em vários países e estremeceu as relações com Israel, após chamar de volta embaixador do Brasil e não se desculpar por falas “antissemita”. Até a onde esse governo vai chegar com seu posicionamento?

As declarações recentes feitas pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), geraram controvérsia devido à sua postura crítica contra Israel. O governo brasileiro tem enfrentado escrutínio dentro de seu próprio parlamento enquanto legisladores de múltiplos partidos políticos, incluindo PL, MDB, PODEMOS, PSD e Republicanos, exigem explicações e retratações para as anteriores declarações polêmicas de Lula. Acrescentando à tensão, os últimos comentários do presidente no domingo levaram a um desconforto diplomático com Israel após ele acusar o exército israelense de cometer um genocídio em Gaza e comparar suas ações ao Holocausto perpetrado pelo regime nazista de Adolf Hitler. Em resposta, o governo israelense declarou o Presidente Lula persona non grata e buscou urgentemente uma explicação do governo brasileiro.

Organizações judaicas no Brasil e no exterior, assim como membros da sociedade civil global, condenaram fortemente os comentários do presidente. A Confederação Israelita do Brasil classificou a declaração de Lula como “uma distorção perversa da verdade“, acrescentando que a comparação ofende a memória das vítimas do Holocausto, bem como seus descendentes, e sugere um abandono da longa tradição de equilíbrio e busca por diálogo da política externa brasileira.

De acordo com o Museu do Holocausto no Brasil, as observações de Lula alimentam o antissemitismo: “No momento em que o antissemitismo tem sido propagado e celebrado por membros proeminentes de seu partido político, esperávamos que o Presidente se desse conta da perversidade de tais declarações e trabalhasse para mitigar essa forma de racismo dentro de seu próprio país“, leu-se uma declaração em publicação nas redes sociais.

Numa ação criticada por falta de inteligência emocial, potencialmente exacerbando a ruptura diplomática entre Brasil e Israel, Lula exigiu o retorno do embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil no Itamaraty, também convocou o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, para uma reunião com o Ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira na segunda-feira, 19, intensificando ainda mais o impasse diplomático já cheio de tensões entre as duas nações.

Foto: Ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant – Divulgação

Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel, afirmou que equiparar ataques em Gaza ao Holocausto é “abominável e ultrajante.” Em uma postagem no X (anteriormente conhecido como Twitter), Gallant argumentou que o Presidente Lula mostra apoio ao que ele chamou de “organização terrorista genocida“, referindo-se ao Hamas, o que acredita trazer “grande vergonha” para o Brasil e minar os valores do mundo livre.

No dia 25 de outubro, Lula usou o termo “genocídio” pela primeira vez para descrever os ataques de Israel contra Gaza, marcando um endurecimento de sua retórica contra o que ele percebe como reações desproporcionais de Israel aos ataques do Hamas. “Não é uma guerra; é um genocídio que já matou quase 2.000 crianças que não têm nada a ver com essa guerra; elas são vítimas disso. Honestamente, eu não entendo como um ser humano é capaz de fazer guerra, sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças inocentes“, disse ele.

A postura atual do governo brasileiro sobre o conflito na Palestina foi questionada durante a contribuição de Lula à cimeira da União Africana na Etiópia no domingo (18). Críticos assinalaram uma falta de inteligência emocional por parte do governo brasileiro frente a esta questão complexa.

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Lula é o primeiro líder de um estado democrático nas Américas a expressar apoio a um grupo terrorista que se tornou a maior autoridade política na Palestina. Hamas, que significa “Movimento de Resistência Islâmico“, foi formado em 1987 após o início da primeira intifada palestina contra o Estado de Israel. É uma organização política e militar islâmica sunita que governa a Faixa de Gaza de maneira autocrática. Localizado na Cidade de Gaza, o Hamas também tem presença na Cisjordânia. Foi responsável por ataques contra Israel no dia 7 de outubro de 2023, que resultaram na morte de aproximadamente 1.400 pessoas e numerosos sequestros.

Ao longo dos anos, o Hamas foi reconhecido por suas atividades terroristas e cada vez mais se envolveu no conflito israelense-palestino. No final dos anos 1990, a organização se opôs aos documentos de reconhecimento mútuo entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina, bem como aos Acordos de Paz de Oslo. O Hamas continua a crescer em popularidade entre a sociedade palestina devido às suas posições fortemente antissionistas e anti-Israel.

By Nelson Ferreira

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