O boom sustentado das compras via e-commerce levou os varejistas do país a aumentar sua capacidade de armazenagem, em um mercado onde os níveis de vacância são cada vez mais baixos, o que elevou os preços a patamares históricos.
O mercado de armazéns industriais continua crescendo no continente e o Chile não é exceção. Com a demanda impulsionada por atividades em expansão, como o comércio digital, o setor vive um momento de baixa disponibilidade e preços em alta. No caso local, o valor dos arrendamentos de armazéns aumentou 30% no primeiro semestre deste ano, segundo dados da Cushman & Wakefield, em relação ao mesmo período de 2021.
De acordo com um levantamento realizado pela Equifax sobre este tipo de imóveis, apurou-se que existem 11.481 galpões industriais em todo o país, dos quais um em cada quatro é destinado a imóveis, seguido por atividades financeiras, com uma ocupação de 9%, e atividades administrativas e de serviços de apoio, como aluguel e aluguel de veículos ou equipamentos recreativos e esportivos, com 8%.
“Não é de estranhar que as atividades imobiliárias sejam a categoria que mais utiliza este tipo de equipamento”, explica Ignacio Bunster, diretor de Assuntos Corporativos da Equifax, que acrescenta que, “segundo o rating SII, este grupo inclui o aluguel de transportes equipamentos e outros equipamentos de máquinas, que geralmente requerem muito espaço para armazenar e armazenar suprimentos de volumes importantes”.
O estudo Equifax – realizado em setembro deste ano com dados próprios e informações oficiais e públicas da Receita Federal (SII) para empresas e da Fazenda Geral da República para certidões de contribuições e avaliação, além de outros dados de um público de natureza –, revela que à medida que cresce a superfície dos armazéns, aumenta a participação da Região Metropolitana (RM) como localidade.
Se 38% dos armazéns pequenos (101 a 1.000 m2) estão na RM, o número sobe para 46% no caso dos médios (de 1.001 a 10.000 m2) e para 67% nos grandes (entre 10.001 e 100 mil m2). Enquanto isso, os muito grandes (mais de 100.001 m2) estão localizados inteiramente na capital. Essa distribuição, segundo o gerente da Área Industrial Colliers, José Miguel Astete, é explicada pelas variáveis que devem ser levadas em consideração na escolha de um armazém, incluindo conectividade, urbanização e proximidade de hubs logísticos.
revolução logística
Na indústria dizem que nos dias de hoje a logística está passando por um período de mudança. Segundo José Miguel Astete, “o mercado industrial e adega em geral apresenta uma situação muito particular nestes tempos. A logística está passando por uma revolução conceitual e operacional, sendo o principal motivo um e-commerce que foi antecipado cinco anos em decorrência da pandemia. A importância do atendimento ao cliente está sendo reforçada, em prazos de entrega muito curtos, com produtos e serviços de alta qualidade”.
Bunster, por sua vez, comenta que os armazéns são um equipamento urbano muito sensível para o bom funcionamento na entrega de produtos e serviços, por isso “compreende-se que a maior concentração deles esteja na Região Metropolitana, justamente onde se concentra. a maior oferta e também a maior demanda. Com efeito, o capital representa 40,82% do total da avaliação fiscal identificada pelo SII para a função de armazéns“.
“Os principais investimentos do grande negócio de armazenagem são voltados para o consumo de massa“, diz Luis Santander, diretor da Associação dos Profissionais de Logística (Aplog), embora alerte que “hoje há falta de espaço, o que se deve ao excesso de estoque que muitas empresas têm, e não por causa do crescimento da indústria, isso gera incerteza no mercado de armazenagem”.
Embora o percentual de compras pelo e-commerce permaneça acima dos níveis pré-pandemia, em decorrência da proliferação de dark stores diretamente ligada ao aumento da demanda por pequenos armazéns, para a Aplog a abertura de lojas físicas pode afetar a diminuição da demanda por esses tipos de espaços.
Em suma, para já estima-se que a necessidade deste tipo de espaço continue a aumentar, o que manterá os níveis de vacância baixos durante todo o próximo ano. “Embora no restante de 2022 e em 2023 se preveja a entrada de mais de 400 mil m2 de novos armazéns, uma porcentagem elevada destes já estaria colocada, pelo que é evidente que a vacância continuará a ser muito limitada, baixa 2 %”, antecipam da Colliers.