Os países da União Europeia (UE) e legisladores do Parlamento Europeu estão fechando um acordo de € 6 bilhões (cerca de R$ 32,7 milhões) para receber um sistema de internet via satélite.
A iniciativa para construir e operar um sistema via satélite veio em fevereiro, por meio da Comissão Europeia e da campanha do chefe da indústria da UE, Thierry Breton. O bloco busca uma autonomia estratégica, reduzindo sua dependência de empresas estrangeiras e da guerra na Ucrânia. A rede baseada no espaço permitiria realizar backups de redes terrestres em caso de interrupções ou grandes conflitos.
O novo esquema da UE acontece em meio às crescentes preocupações com os avanços militares da Rússia e China pelo espaço e um aumento no número de lançamentos de satélites. A negociação também foi impulsionada após as falhas no financiamento do serviço de internet Starlink, do bilionário Elon Musk, na Ucrânia.
Além disso, o bloco econômico europeu acredita que o sistema via satélite poderia ajudar na expansão da internet de banda larga em outros países, como os territórios do continente africano. Essa questão permitiria uma alternativa para os concorrentes chineses, com a UE oferecendo conexões em locais que não possuem suporte de provedores de serviços tradicionais.
Assim, autoridades da União Europeia e parlamentares vão se reunir no próximo dia 17 para bater o martelo definitivamente sobre o acordo. Segundo a Reuters, essa será um encontro para discutir os detalhes finais, mas ainda há discordâncias sobre o financiamento do projeto e outras reuniões não estão descartadas.
O sistema de internet proposto pode resultar na construção e lançamento de até 170 satélites de órbita terrestre baixa entre 2025 e 2027. As empresas que atuarão nesse projeto serão a Kuiper Systems, da Amazon, a britânica OneWeb e a SpaceX, de Elon Musk – além da francesa Eutelsat, que está em processo de fusão com outras companhias como a Arianespace e a Thales Alenia Space.